Anualmente, este período de início do ano letivo gera grande adesão aos diferentes materiais escolares. Um momento que, para alguns, é de muita alegria pode ser um problema ao meio ambiente caso falte conscientização sobre o descarte de resíduos.
Os materiais como canetas, lapiseiras, borrachas, marcadores e tantos outros envolvidos no núcleo escolar costumam apresentar plástico em sua composição. Uma vez que este resíduo pode demorar décadas para se decompor e que seu destino muitas vezes é o lixo comum, os plásticos podem atingir os ecossistemas marinhos e causar elevado desequilíbrio ambiental. Tamanha a relevância do tema, a própria Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 2019, um desafio de volta às aulas com o objetivo de mitigar a poluição plástica nos mares.
Intitulado “Desafio de Volta às Aulas Mares Limpos”, o projeto – implementado através do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – visa a redução do consumo de plástico por meio da disseminação de conhecimentos e informações para pais, alunos, professores e escolas. A intenção é que esta ação motive a comunidade a criar projetos que coloquem os alunos em contato com o tema, promovendo maior conscientização ambiental em seu cotidiano.
A importância de ações desse tipo está diretamente relacionada com o efeito da chegada de plásticos e microplásticos aos oceanos. De acordo com o Relatório de 2021 da ONU para a Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA 5.2), 85% dos resíduos que atingem os oceanos são plásticos, com estimativas de que o volume deste material no mar pode até triplicar.
O desequilíbrio ambiental é desencadeado pela interrupção das espécies marinhas a fontes de luz e oxigênio, causada pelos resíduos plásticos, além destes representarem riscos de intoxicação e distúrbios comportamentais sobre todas as espécies em questão, incluindo os moluscos, peixes, répteis e aves. O relatório indica, ainda, que o problema pode chegar até mesmo ao corpo humano, quando este ingere alimentos provenientes de animais que tiveram esse contato com o resíduo.
Ainda que a problemática apresentada esteja sob níveis alarmantes, toda ação em prol de combater o crescimento da poluição plástica deve ser considerada, principalmente considerando que o Brasil é o 4º maior gerador de lixo plástico entre todos os países do mundo. Um levantamento da WWF baseado em dados do Banco Mundial mostrou que, até 2019, o país era responsável pela geração de 11,3 milhões de toneladas de plástico, com um percentual de apenas 1,28% desse total sendo efetivamente reciclado e o restante destinado a aterros e lixões. Não somente as comunidades marinhas e os sistemas de fornecimento de água são afetados por esse impacto, mas também a qualidade do solo e do ar.
Embora uma opção alternativa de destinação de resíduos seja a incineração, esta não deve ser prioridade. Aplicar este processo ao plástico pode liberar diversos gases tóxicos na atmosfera – como o dióxido de enxofre, por exemplo -, resultando em outros problemas ambientais e à saúde humana. E o problema não se restringe somente ao plástico: o papel de livros e cadernos descartados em lixo comum gera emissão de gases do efeito estufa, enquanto sua reciclagem representa uma redução considerável da emissão destes gases em comparação com a incineração do material, por exemplo.
Deste modo, é possível destacar que quanto maiores os esforços para melhorar os sistemas e índices gerais de reciclagem no Brasil e no mundo, mais materiais poderão retornar ao ciclo produtivo e maiores serão as chances de lutar pela qualidade dos recursos naturais e preservação do meio ambiente como um todo.
E você, já parou para pensar sobre os componentes – e destino – dos materiais escolares que utiliza?
Considere utilizar os períodos de férias escolares para analisar materiais que podem ser reaproveitados para o ano seguinte e encaminhar os demais para empresas especializadas no gerenciamento dos resíduos. A Recicla EcoSave é referência na reciclagem de plásticos e papéis e pode auxiliar na destinação correta de seus cadernos e apostilas. Entre em contato para saber mais!
Referências:
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). Relatório da ONU sobre poluição plástica alerta sobre falsas soluções e confirma necessidade de ação global urgente. 21 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/comunicado-de-imprensa/relatorio-da-onu-sobre-poluicao-plastica-alerta-sobre. Acesso em: 08/02/2023.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). ONU lança desafio de volta às aulas para combater poluição plástica nos mares. 06 de fevereiro de 2019. Disponível em: https://www.unep.org/pt-br/events/campaign/onu-lanca-desafio-de-volta-aulas-para-combater-poluicao-plastica-nos-mares#:~:text=O%20iniciativa%20tem%20como%20objetivo,milh%C3%B5es%20de%20toneladas%20do%20material. Acesso em: 08/02/2023.
WWF Brasil. Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico. 04 de março de 2019. Disponível em: https://www.wwf.org.br/?70222/Brasil-e-o-4-pais-do-mundo-que-mais-gera-lixo-plastico. Acesso em: 08/02/2023.